Equipa

Esta é talvez o componente do sistema que mais influencia exerce em algumas escolhas e princípios da filosofia no seu todo. É igualmente um tema difícil de expor e explicar e talvez também um dos temas mais controversos da filosofia DIR. Na certeza que não iremos conseguir (por deficiência de comunicação do autor !) expor muitas facetas e particularidades desta tema nesta curta exposição, vamos mesmo assim tentar uma aproximação ao tema.

Convém desde logo referir que todo o mergulho é realizado com pelo menos 2 mergulhadores – não existe mergulho “a solo”.

E não existe, não só pelas razões de segurança, redundância sobejamente debatidas, mas também (e talvez sobretudo) por uma questão de atitude.

Uma atitude que esta frase de George Irvine exprime de forma muito clara; “onde a derradeira redundância é o buddy, e a derradeira auto suficiência é a capacidade de ajudar o buddy, e consequentemente nós próprios”.

Para além do mais, o objectivo deste desporto é no fundo um de DIVERSÃO, no nosso entender. Realizar o desporto a solo retira-lhe uma componente social e recreativa que acreditamos ser em si mesmo um objectivo da actividade; o de partilhar uma experiência com amigos.

O conceito de “Unified Team” traduz a necessidade de envolver de forma activa todos os intervenientes no mergulho no seu plano, preparação, execução e conclusão. Envolve todas as equipas que vão mergulhar, equipas ou mergulhadores de apoio, apoio de superfície, skippers etc.

Todos diremos que mergulhamos em equipa, e sem duvida que todos teremos razão, contudo cremos que seja possível identificar níveis de mergulho em equipa. Para este efeito vamos identificar alguns critérios para ajudar a exemplificar estes níveis de trabalho em equipa, e por consequência segurança e por consequência diversão (através de maior conforto e confiança).

Existem critérios que desde logo enfraquecem o trabalho em equipa, e de forma sistemática em todos os mergulhos :

  • Limites pessoais : Por definição qualquer elemento de uma equipa terá de ser capaz de executar qualquer actividade do mergulho e qualquer elemento da equipa deverá estar apto a ajudar qualquer um dos outros elementos durante o mergulho.
  • Uso de computadores : O facto de cada mergulhador depender do seu computador individual para calcular a sua (individual) descompressão não favorece um abordagem unida e de equipa às obrigações de descompressão da EQUIPA.
  • Gases : Partindo do principio que o gás do meu parceiro é também o meu gás, porque poderei vir a necessitar dele durante o mergulho, faz sentido que eu me assegure que o meu parceiro tem a mesma mistura que eu (não faz sentido eu mergulhar com ar e o meu buddy com nitrox) e que eu me certifiquei da analise que o meu buddy fez a sua (nossa) mistura.
  • Pony : A utilização de uma “pony” como garrafa de recurso em caso de emergência é uma mensagem de não confiança que um mergulhador transmite aos seus parceiros; no fundo ele está a dizer: “não confio que os meus parceiros estejam aptos para me ajudar por isso vou levar uma garrafa de reserva só para mi para o caso de”. Claro não há espirito de equipa que resista a este tipo de atitude.

Existem outros critérios mais subtis, e talvez por isso os mais importantes, que são potenciais causas de perda de trabalho em equipa e que podem inclusive levar a uma escalada de reacções :

  • Standardização Equipamento : Partindo do principio que todo o equipamento que levamos é um recurso da equipa poderá fazer sentido standardizar este equipamento para garantir (ou facilitar) que todos os elementos conhecem a localização de todo o equipamento de todos os membros E que o sabem utilizar.
  • Protocolos : De igual forma, será confortante para uma equipa saber que todos os seus elementos vão reagir e raciocinar de igual forma na eventualidade de ser necessário solucionar qualquer incidente.

Uma equipa coesa está em constante comunicação, na maioria das vezes através de uma comunicação passiva com recurso a lanternas – o simples facto de estar a ver o foco da lanterna do meu buddy permite-me concluir que ele está bem.

Uma equipa coesa faz uma gestão consolidada dos recursos da equipa (gás, equipamento, tarefas, responsabilidade etc.).

Uma equipa coesa tem de estar constantemente atenta e unida para garantir que potenciais ou mesmo reais emergências são detectadas o mais cedo possível e resolvidas com prontidão e precisão.

Um elemento responsável de uma equipa tem como limite o ponto onde está seguro que consegue salvar um parceiro, e não o ponto até onde está certificado para mergulhar.

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