DIR-Fundamentals, Portinho, Abr-2005

Instrutor – Andy Kerslake (GB)

Participantes :

          • Amélia Silva (POR)
          • Cláudio Pereira (POR)
          • Dinis Geraldes (POR)
          • Jesus Merino (ESP)
          • Luís Gonçalves (POR)
          • Pedro Neves (POR)

Local – Portinho da Arrábida

Nos dias 15, 16 e 17 de Abril de 2005, reuniu-se, na Aldeia de Irmãos, perto do Portinho da Arrábida, um grupo de mergulhadores - desde profissionais ligados à formação de mergulho ou, a desenvolver trabalho de investigação subaquático a entusiastas curiosos; todos com diferentes “backgrounds” e experiências - disposto a iniciar o primeiro curso DIR-Fundamentals ministrado em Portugal.

1º dia A primeira sessão teve início na sexta-feira, dia 15, pelas 19h e depois das apresentações é feita uma breve introdução à GUE, ao curso e ao conceito DIR, onde, para alguns, se começa a desmistificar esta filosofia de mergulho. As bases onde assentam os princípios da GUE e do mergulho DIR são explicados e unanimemente aceites, pois a sua concepção e aplicabilidade, apesar se basearem em várias metodologias previamente existentes, visam a simplificação das mesmas, mantendo sempre um elevado padrão de segurança nos procedimentos usados.

Sempre num tom ameno e aberto à participação e discussão de todos, a sessão continua, cheia de perguntas e dúvidas que, prontamente são explicadas, sempre de uma forma clara e concisa. Após uma apresentação e explicação teórica dos exercícios ("drills") faz-se uma sessão “a seco”, onde se praticam os movimentos a aplicar nalguns deles - ex. “frog kick”, “backward kick”, etc. Embora este momento tenha dado azo a algumas gargalhadas, mais tarde veio a revelar-se crucial para o entendimento da mecânica por trás dos movimentos.

Desde cedo os conceitos de equipa e de preparação e planeamento tomam forma, uma vez que todos os pontos são cobertos na apresentão teórica, de modo a preparar os mergulhos de treino do dia seguinte. Um pouco depois da meia-noite decidimos dar por terminada esta sessão, pois segue-se um dia preenchido, desde as primeiras horas da manhã.

 2º dia O início do segundo dia de treino deu-se pelas 8h da manhã. Após despertarmos um bocado melhor, dirigimo-nos para o equipamento de modo a nos prepararmos para os mergulhos da tarde. Tal como voltar à escola, aprendemos desde o início uma nova forma de nos equiparmos e, mais importante, o porquê desse equipar. Mais uma vez a simplicidade é evidenciada no decorrer dos muitos “bonecos” e figuras que cada um faz para ajustar o seu equipamento. Depois de montarmos os “backplates” é vez de nos equiparmos com os fatos que vamos utilizar nos mergulhos e ajustarmos definitivamente (ou quase) o arnês.

Embora todos estes procedimentos e preparações possam parecer de fácil execução, a verdade é que a manhã passou, num instante, sem termos dado por isso. Formadas as equipas (de 3) e depois de um “almoço” rápido (íssimo), constituído por sandes e sumos, na sua maioria, eis-nos ansiosos por entrar na água.

 Como nos foi explicado, todos os mergulhos e exercícios vão ser efectuados a uma profundidade estonteante de... 6m!! Também serão filmados de maneira a podermos observar (e posteriormente corrigir), de uma forma isenta e bastante mais objectiva, todo o nosso desempenho debaixo de água. Se as expectativas eram muitas antes do primeiro mergulho, ao sairmos da água as nossas caras transmitiam várias sensações. Surpresa, algum desânimo, entusiasmo eram as expressões mais visíveis. Começavam-se a notar os pequenos pormenores de configuração, o treino (ou falta dele) e outras coisas que, fazem toda a diferença no nosso desempenho debaixo de água.

No entanto, depois de um intervalo e após uma breve revisão dos conceitos e apontadas as coisas a corrigir eis-nos de novo a caminho do local de mergulho. O segundo mergulho do dia decorreu um pouco melhor mas, ainda assim tornava-se difícil habituarmo-nos, sem treino, a este novo conceito, por estarmos todos habituados a diferentes formas de mergulhar. No final do dia, reunidos para observar os vídeos, pudemos ver com os nossos olhos a nossa extraordinária “performance”. Risos e comentários à parte, foram apontadas as incorrecções, corrigidas as imperfeições e depois de conscientes do que era preciso mudar para nos sairmos melhor no dia seguinte, passámos a mais uma sessão teórica onde se aprofundou o conhecimento e entendimento do planeamento de mergulho.

 Fizeram-se exercícios práticos sobre reservas de gás e sua gestão. Falou-se dos diversos gases utilizados na GUE e nas razões porque o são, das misturas, etc. da forma física do mergulhador e da importância de a manter (não só pelo mergulho); sempre tendo presente o espírito de equipa e de consciência conjunta que é um dos pilares onde assenta esta filosofia de mergulho. Mais uma vez, só depois da meia-noite demos o dia por encerrado.

3º dia No último dia de treino continuou-se a de resolução de exercícios sobre gestão de gases, inserida (sempre) no planeamento de mergulho. Antes de partirmos para mais uns mergulhos de treino, houve ainda tempo para relembrar e aprofundar conceitos como: a consciência geral aquando do planeamento e execução dos mergulhos, da preparação envolvida (antes, durante e depois) nos mergulhos, etc. De uma forma resumida e objectiva foi-nos mais uma vez transmitido que todas as três áreas sobre as quais assenta esta filosofia – Equipamento, Ambiente e Equipa – precisam de ser encaradas e trabalhadas simultaneamente, por forma a que todos os pontos sejam cobertos e que a planificação e execução dos mergulhos (sejam técnicos, profissionais ou de lazer) decorra dentro da máxima segurança, de maneira a disfrutarmos ao máximo da actividade.

Depois de cobertos estes pontos, mais uma vez nos dirigimos para o Portinho da Arrábida para efectuarmos os mergulhos de treino que faltavam completar. Mais confiantes e decididos a não falhar, reunimo-nos novamente em equipas e iniciámos mais um treino prático de mar. Os exercícios, rotinas de treino e todos os aspectos que envolvem o mergulho foram cuidadosamente avaliados (e filmados!) e de uma forma mais, precisa e eficaz completaram-se as práticas a que nos tínhamos proposto de início.

 De novo reunidos em voltas dos vídeos, pudémos apontar e corrigir os pontos de falha e os procedimentos devidamente conduzidos. Seguiu-se o “momento da verdade” onde, individualmente, fomos convidados a fazer uma auto-avaliação do nosso desempenho e onde somos confrontados com a nossa verdadeira prestação. Sempre de uma maneira didática e pedagógica somos levados a crer que este não é um curso de “chuma/perde”, tampouco é uma certificação para coleccionar mas, sim uma mais valia (independentemente do nosso resultado final) a ter sempre presente na nossa futura evolução como mergulhadores conscientes. Muito mais que uma certificação, este curso proporciona-nos a oportunidade de conhecer e experimentar (e de nos pormos também à prova) um método que aposta num cuidadoso planeamento, a todos os níveis e que potencia e permite que disfrutemos ao máximo e na maior segurança do mergulho como actividade de lazer ou de trabalho e exploração.

 






























 

Mapa | Creditos | Contactos | Informação Legal | Novidades | ©2006-2011 ENTRADA